Quando visitamos esse tesouro arquitetônico, ficamos maravilhados com suas dimensões monumentais.
Na verdade, é a maior mesquita da cidade, ocupando impressionantes 2,5 hectares com um pátio quadrado de 90 metros de comprimento.
O que torna a mezquita de Ibn Tulun verdadeiramente especial é seu minarete único, construído em 1296, que apresenta uma característica rara: uma escada exterior que não se encontra em outras mesquitas. Além disso, esse magnífico monumento foi idealizado por Tulun, um antigo escravo turco que ascendeu ao poder e governou o Egito por 16 anos.
Neste guia completo, compartilharemos tudo o que você precisa saber para aproveitar ao máximo sua visita a esta joia histórica em 2025, incluindo suas 19 portas retangulares e 128 janelas com arcos de estuque, cada uma com decorações únicas que contam histórias de uma era passada.

A história por trás da Mesquita de Ibn Tulun
Para entender a origem da mesquita de Ibn Tulun, precisamos voltar ao ano 868, quando Ahmad ibn Tulun foi nomeado governador do Egito pelo califa abássida.
Originalmente um soldado-escravo de origem turca, Ibn Tulun rapidamente estabeleceu sua autoridade, transformando-se em um governante praticamente independente em apenas quatro anos.
Em 870, Ibn Tulun iniciou a construção de uma nova capital administrativa chamada al-Qata'i, localizada a noroeste de Fustat (a primeira capital muçulmana do Egito).
Esta nova cidade foi projetada como uma demonstração concreta de seu crescente poder e influência. Curiosamente, al-Qata'i foi estabelecida no monte Gabal Yashkur (Colina do Agradecimento), onde segundo lendas locais, a Arca de Noé teria repousado após o Dilúvio, em vez do Monte Ararat.
A mesquita de Ibn Tulun foi construída para servir como mesquita congregacional desta nova cidade. Sua construção começou em 876 d.C. e, de acordo com uma placa de inscrição original encontrada no local, foi concluída em Ramadã de 265 AH (abril-maio de 879 d.C.).
É importante mencionar que esta foi a terceira mesquita congregacional a ser construída no que hoje é o Cairo, após a Mesquita de 'Amr e a mesquita principal de al-'Askar.
O arquiteto responsável pela obra foi al-Nasrani, um não-muçulmano, possivelmente cristão, que anteriormente havia projetado o Aqueduto de Basatin, outro projeto de construção de Ibn Tulun na região.
Esta colaboração demonstra a abertura cultural que existia mesmo naquela época.
O palácio administrativo de Ibn Tulun, o Dar al-Imara, ficava adjacente à mesquita em seu lado sudeste, atrás da parede da qibla. Havia inclusive uma porta que permitia que Ibn Tulun entrasse diretamente na mesquita a partir de seu palácio.
Posteriormente, em 905, al-Qata'i foi completamente destruída pelo general abássida Muhammad ibn Sulayman al-Katib, que foi enviado para retomar o controle do Egito.
No entanto, a mesquita e o Dar al-Imara foram as únicas estruturas poupadas. A mesquita foi preservada devido à sua função religiosa, enquanto o palácio foi reutilizado pelos governadores subsequentes. Assim, a mesquita de Ibn Tulun permanece hoje como o único remanescente desta cidade histórica.

Arquitetura e elementos únicos da mesquita
Entrando na mesquita de Ibn Tulun, somos imediatamente envolvidos por seu design arquitetônico tradicional de planta aljama, com um imenso pátio quadrado cercado por arcadas.
Este monumental espaço de 90 metros de comprimento representa um dos exemplos mais puros da arquitetura islâmica primitiva no continente africano.
O que torna esta mesquita verdadeiramente notável é a área aberta conhecida como ziyada, que circunda todo o edifício principal, separando o templo do barulho da cidade.
Esta característica foi diretamente inspirada na Grande Mesquita de Samarra, no Iraque, demonstrando a forte influência abássida em sua concepção.
No centro do pátio, encontra-se uma fonte coberta por uma cúpula, também conhecida como fonte das abluções, onde os fiéis realizam as lavagens rituais antes das orações.
Esta inovação foi introduzida posteriormente pelo sultão mameluco Husam al-Din Layin e tornou-se modelo para muitas mesquitas construídas posteriormente.
Um elemento distintivo que fascina todos os visitantes é o excepcional minarete com sua escada helicoidal externa.
Diferentemente da maioria das mesquitas, onde a escada sobe pelo interior, aqui ela circunda o exterior da torre, uma característica rara que reflete a influência do famoso minarete Malwiya da Grande Mesquita de Samarra.
As paredes da mesquita apresentam 19 portas retangulares, sendo a mais ornamentada localizada no lado oriental.
Acima, existem 128 janelas com arcos de estuque minuciosamente trabalhados, cada uma exibindo desenhos geométricos e motivos vegetais distintos, tornando-as todas únicas em forma e decoração.
Alguns historiadores da arquitetura sugerem que esta mesquita foi o primeiro edifício a utilizar o arco pontiagudo, aproximadamente 200 anos antes de seu aparecimento na arquitetura gótica europeia, destacando sua importância não apenas para a história islâmica, mas para a evolução da arquitetura mundial.

Planejando sua visita em 2025
Preparar sua visita à mesquita de Ibn Tulun exige atenção a alguns detalhes práticos para garantir uma experiência enriquecedora.
De acordo com as informações mais recentes, a mesquita está aberta todos os dias das 8h às 18h, embora algumas fontes indiquem horário das 9h às 17h. Portanto, recomendo verificar o horário oficial antes de sua visita em 2025.
Quanto aos ingressos, a entrada na mesquita é gratuita para todos os visitantes. No entanto, é costume fazer uma contribuição voluntária de aproximadamente 60 libras egípcias (cerca de 1,80 euros) para ajudar na conservação do local.
Caso deseje subir ao famoso minarete espiral, uma gorjeta adicional entre 50 e 100 libras egípcias (1,50 a 3 euros) é esperada.
Ao visitar este tesouro arquitetônico, o respeito pelo código de vestimenta é fundamental. Tanto homens quanto mulheres devem cobrir ombros, pernas e joelhos.
Para as mulheres, não é obrigatório cobrir a cabeça, mas é aconselhável levar um lenço por precaução. Além disso, todos precisam remover os calçados antes de entrar, por isso é recomendável usar meias escuras para evitar que fiquem sujas com a poeira.
O acesso à mesquita pode ser feito de várias maneiras. O metrô Linha 1 é uma opção econômica, custando entre 5,80 e 11,60 reais brasileiros, com duração aproximada de 56 minutos.
Alternativamente, táxis são a opção mais rápida, levando apenas 16 minutos, com custo similar ao do metrô.
Enriqueça sua experiência visitando também o Museu Gayer-Anderson, localizado adjacente à mesquita.
Este museu funciona diariamente das 9h às 16h, com entrada a partir de 60 libras egípcias para adultos e 30 para crianças, e exibe impressionantes residências do século XVII com valiosas coleções.
Por fim, considere visitar durante os meses mais frescos, entre outubro e abril, pois o calor egípcio pode ser intenso.
Leve uma pequena quantia em libras egípcias para gorjetas ao guardador de sapatos e carregue sempre água, protetor solar e um chapéu para se proteger do sol forte.

Conclusão
Ao final de nossa jornada pela mesquita de Ibn Tulun, certamente podemos apreciar por que este monumento histórico permanece como uma visita imperdível no Cairo.
Construída há mais de mil anos, esta obra-prima arquitetônica resistiu ao teste do tempo, preservando sua autenticidade e grandiosidade. Sem dúvida, o minarete com escada externa, as arcadas majestosas e os detalhes meticulosos das janelas contam histórias de uma era passada que ainda ecoam pelo imenso pátio.
Além disso, a importância histórica da mesquita como único remanescente da cidade al-Qata'i aumenta ainda mais seu valor cultural.
Ahmad ibn Tulun, apesar de suas origens humildes como escravo-soldado, deixou um legado arquitetônico que influenciou não apenas o mundo islâmico, mas possivelmente toda a arquitetura ocidental através da introdução do arco pontiagudo.
Planejando sua visita com antecedência, considerando aspectos como vestimenta adequada e melhor época do ano, garantirá uma experiência enriquecedora.
Particularmente interessante seria combinar sua visita com o Museu Gayer-Anderson adjacente, proporcionando assim uma imersão mais completa na história e cultura da região.
Por fim, enquanto caminhamos descalços por este espaço sagrado, sentimos uma conexão tangível com séculos de história, devoção e expressão artística.
A mesquita de Ibn Tulun não representa apenas um monumento arquitetônico notável - ela oferece uma janela para o passado glorioso do Cairo, convidando-nos a contemplar a rica tapeçaria cultural que define esta cidade fascinante até os dias atuais.
Algumas perguntas sobre Msequita de Ibn Tulun no Cairo
Q1. Qual é a importância histórica da Mesquita de Ibn Tulun? A Mesquita de Ibn Tulun é a mais antiga do Cairo que mantém suas características originais, construída entre 876 e 879.
É o único remanescente da antiga cidade de al-Qata'i e um exemplo notável da arquitetura islâmica primitiva no continente africano.
Q2. Quais são as características arquitetônicas únicas da Mesquita de Ibn Tulun? A mesquita possui um imenso pátio quadrado de 90 metros, um minarete com escada externa helicoidal, uma área aberta chamada ziyada ao redor do edifício principal, e 128 janelas com arcos de estuque, cada uma com decorações únicas.
Q3. Como devo me vestir para visitar a Mesquita de Ibn Tulun? Homens e mulheres devem cobrir ombros, pernas e joelhos. Embora não seja obrigatório para mulheres cobrirem a cabeça, é aconselhável levar um lenço. Todos devem remover os calçados antes de entrar, então use meias escuras.
Q4. Quanto custa a entrada na Mesquita de Ibn Tulun? A entrada na mesquita é gratuita, mas é costume fazer uma contribuição voluntária de aproximadamente 60 libras egípcias para conservação.
Para subir ao minarete, espera-se uma gorjeta adicional entre 50 e 100 libras egípcias.
Q5. Qual é a melhor época para visitar a Mesquita de Ibn Tulun? A melhor época para visitar é entre outubro e abril, quando o clima é mais ameno.
A mesquita está geralmente aberta todos os dias das 8h às 18h, mas é recomendável verificar os horários oficiais antes da visita.
